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Arquitetos: Atelier Daniel Corsi, Dani Hirano, Nishimura Estúdio de Arquitetura
- Área: 83000 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Marcelo Calil, Nelson Kon
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Fabricantes: Hunter Douglas, AG, Ambianch, Atlas Schindler, Beaulieu, Interface, Cebrace, Cyberglass , DPS Brasil, Deca, Deca, Docol, Lorenzetti, Dorma, Frankie, Granipex, Hunter Douglas Knauf, Inovawall, Inside Office, Inylbra, OWA, Kimberly Clark Tigre, Lady, Lockwell, Lurca, +11
Descrição enviada pela equipe de projeto. Realizado em 2007, o Concurso Público Nacional para o Complexo Trabalhista do TRT-18ª Região alcança sua conclusão após um longo processo de quase quinze anos. É preciso destacar o fato de sua concretização – estrategicamente realizada em fases – respeitar integralmente a proposta original, acontecimento raro em nosso contexto nacional, ainda mais levando em conta sua grande escala. Considerando sua vocação pública e coletiva, a consolidação dessa instituição é um fato que vem reafirmar o valor dos esforços empenhados por tantos durante esse período: operários, servidores, projetistas, arquitetos, engenheiros, autoridades públicas, entre tantos outros. Assim, o que presenciamos é a consumação do caráter primário idealizado de oferecermos um espaço público livre, democrático e aberto à cidade, hoje vivo nas apropriações crescentes pela população de um contexto cada vez mais adensado e ainda escasso de espaços cívicos dessa natureza.
Uma oportunidade de inventar um lugar, sem fronteiras ou limites definidos, aberto ao ser comum e à sociedade como um todo, onde somente com a presença destes tornar-se-á plena de sentido: uma instituição, cívica em sua excelência. Para além de um edifício departamental dentro de uma quadra originalmente fechada, o compromisso público da instituição se traduz, por meio de sua arquitetura, na responsabilidade de construir os lugares de seus cidadãos. Nossa escolha pela praça assim se reafirma nas vozes de seus habitantes de muitas maneiras – do cotidiano aos eventos – numa diversidade a ser cada vez mais incentivada e respeitada. Uma praça que germina o início de uma vida pública. Ordenadora de todo o complexo e de fácil acesso, sua implantação se acomoda na topografia existente para se articular com o entorno e comunicar todas as edificações onde foram distribuídas as etapas do programa.
Surge assim uma grande força expressiva na materialidade e composição de volumes que integram o edifício existente à nova arquitetura num sutil diálogo: dois volumes que se deparam, refletem e interagem de diferentes maneiras na verticalidade das linhas e na força da geometria pura. Como significado, cores falam autonomamente: a neutralidade do branco e do preto que a justiça carrega, unidos pelo vermelho da instituição do Direito presente nos elementos de proteção solar das fachadas. Além disso, o plenário principal é implantado no coração da praça pública revelando sua importância frente ao cidadão. Em sua cobertura pequenas aberturas iluminam de maneira poética seu interior, como uma constelação, sendo dispostas precisamente como os Estados na bandeira nacional. Uma arquitetura que se comunica com o ser humano, que a ele oferece ao menos um instante de emoção, de pausa. À cidade, revela-se única no contexto local. Um novo símbolo de nobre instituição que só a arquitetura poderia criar.
A versátil utilização do recurso das fachadas duplas de vidro faz com que o edifício mantenha sua força e sobriedade formal. Aparentemente iguais, cada uma das fachadas é solucionada de modo distinto: as especificações dos vidros, cores, brises e serigrafias concebidas especialmente para o projeto criam sistemas energeticamente eficientes e inovadores, bem como responsável pela expressão de sua arquitetura.